
Gigantescas telas retratando danças de indígenas, mulheres negras e mamelucas, frutas, plantas e animais compõem o retrato do Brasil do século XVII nas pinceladas de um europeu. Mais precisamente um holandês, o pintor Albert Eckhout, que integrou a expedição científica do conde Maurício de Nassau, governador geral dos territórios holandeses no Brasil (1637-1644) durante a ocupação holandesa, que foi de 1630 a 1654.
A obra de Eckhout pode ser considerada o primeiro contato visual real de como era a população, a fauna e a flora brasileiras no século XVII, e influenciou os modos de ver, representar e pensar o continente americano. As representações sobre o Brasil, existentes até então, eram as fantasiosas gravuras provenientes dos relatos das expedições no país de Hans Staden (1547 a 1554) e Jean de Lèry (1556 a 1558). "Muitas dessas gravuras procuravam chamar a atenção para o grotesco e o primitivismo, enquanto que Eckhout tinha um grande compromisso com a realidade" diz Elly pesquisadora da Fundação Oscar Americano, com mestrado sobre o pintor na Holanda.
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